Família Pirani
120 anos de História no Brasil
 
Texto e Pesquisa de autoria de PAULO ANDRÉ DA MATA COSTA *


Originária da cidade Massa, região do Veneto, a família Pirani desembarcou no Brasil em 1887, em busca de uma vida financeira menos atropelada. Nessa época a Itália já começava a passar por notórios problemas populacionais que seriam os responsáveis pela fome e miséria daquele país.

Motivados pela fábula que começava a tomar conta da Europa relativas à paradisíaca e próspera América, o casal Eutichiano Pirani e Letizia Farina seguiram com os dois filhos menores, Antenore e Eráclio Pirani (Antenor e Horácio no Brasil), acompanhados de Antonio Pirani e Filomena Gregui, pais de Eutichiano e Maria Pirani, sua irmã de 20 anos.

Diferente do restante da península, o Veneto não abrigava uma massa de miseráveis em suas Províncias. Nessa região moravam pequenos camponeses, que em suas terras, viviam com algumas ovelhas, uma vaquinha de leite e a pequena lavoura familiar. Por séculos a família cultivava um mesmo solo e por ele tinha sentimentos de ligação profunda com a terra. Quando vieram para o Brasil, não só os Pirani, mas todas as demais famílias foram obrigadas a vender essas terras ou deixá-las com algum parente.

Os Pirani chegaram ao Brasil pouco antes da abolição da escravatura, período em que as fazendas cafeeiras do sudeste passaram a contratar mão de obra branca para as lavouras de café. Num primeiro momento pelo elevado preço do escravo, depois pela abolição do trabalho escravo.  Esses fatos colaboraram, e muito, para a estabilização da família naqueles primeiros anos de imigração.

Ao chegarem em São Paulo passaram pela Hospedaria do Imigrante e dali seguiram para a região da Alta-araraquarense onde trabalharam em fazendas de café das cidades de Araraquara, Jaboticabal, Descalvado,São José do Rio Preto, Monte Alto, Cosmorama, Simonsen, Votuporanga, Parisi, Cardoso e outros povoados do sertão paulista.

No solo brasileiro o casal Eutichiano e Letizia teve os filhos Domingos Pirani, Alexandre Pirani. Se foram genitores de alguma filha, até esse momento o fato é ignorado pelo pesquisador.

Antonio Pirani e esposa Filomena Gregui, em acordo com Maria Mantovani e a memória do finado Julantonio Farina, casaram a Eutichiano e Letizia no ano de 1880, na Città di Massa.

Um ano após o casamento nascia o primeiro filho, Antenore Pirani e, em 1884, passar a existir Eráclio Silvério Pirani o segundo filho do casal.

Com o crescimento da família Pirani, o patriarca Antonio Pirani (na época com 66 anos), resolveu acompanhar o filho numa saga ousada para o Brasil, deixando seus bens aos cuidados de parentes naquela cidade. Em1887, rumaram para a terra dos sonhos em uma viagem de 28 dias que terminou no Porto de Santos, litoral paulista.
Após passarem pela Hospedaria do Imigrante em São Paulo, seguiram rumo aos Sertões Paulistas, para trabalharem na lavoura de café. Na época, a porta do sertão era Botucatu.

No Brasil, trabalharam nas regiões descritas anteriormente, prosperaram e conseguiram fixar residência na fazenda Água Limpa, Região de Jaboticabal.

Maria Pirani casou-se em Descalvado (SP), com o também italiano Martino Colombo 1887, Três meses após desembarcar em solo brasileiro. Teve uma vida curta, falecendo em 1897. Não se sabe se o casal teve algum filho.

Na região de Votuporanga residiu Eráclio Pirani que se casou com Santa Dal Molin e teve com ela os seguintes filhos: Adelaide Pirani Biher, João Pirani, Palmira Pirani Maghani, Hortência Pirani, Oracinda Pirani Aguiar, Alzira Orphea Pirani Da Costa, Maria Pirani Cavaghieri, Iracema Pirani e Luiz Pirani.

Antenore Primo Pirani, o filho mais velho de Eutichiano Pirani, casou-se com Josephina Pires de Mello no dia 1907. Dele não se tem conhecimento, sabe-se apenas que faleceu em 1956 na região de Araçatuba-SP.

Dos descendentes de Eutichiano Pirani, um foi o fundador da cidade de São João do Marinheiro, Região de Cardoso (SP), por volta da década de 40. Trata-se de Valdemar Pirani, irmão de Adélia Pirani de Castro e Alice Pirani Novaes.
*Paulo André Da Mata Costa é Docente do Senac, Jornalista, Genealogista amador e bisneto de Eráclio Pirani.

março/2005
atualizado em 15/01/2006

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